segunda-feira, 22 de outubro de 2012

GRANDES PREDADORES E A CASCATA TRÓFICA

Uma justificativa utilizada por ecólogos e simpatizantes do movimento ambiental para defender a biodiversidade e sua preservação é aquela de que tudo está interligado na natureza e que a perda de uma espécie acarretará um efeito em todo ecossistema.

Em um sistema aberto, como os sistemas ecológicos, qualquer alteração na trajetória de um processo alterará o funcionamento do sistema como um todo. A agricultura é um exemplo muito didático. A agricultura mecanizada baseada na monocultura injeta energia e nutrientes de fora do sistema para justificar um possível aumento da produção, o que cria muito resíduo e entropia no final do processo (lixo, em resumo, que vai parar nos rios, nos lençóis freáticos, etc.).

Apesar de lógica, essa justificativa, geralmente, não sensibiliza as pessoas leigas. Por que elas não tem essa percepção da teia de relações que existe entre as diversas partes dos sistemas naturais e humanos. Essa percepção tem aumentado, mas o indivíduo médio ainda se preocupa com o seu trabalho e sobrevivência direta. Se o seu alimento está na mesa na hora do jantar é o que basta. E não há problema algum nisso, pois o sistema é montado para que isso ocorra exatamente assim.

Um estudo, recentemente publicado na revista Science, mostra de forma contundente como a falta de grandes predadores pode afetar todo ecossistema. Ou seja, a conservação desses animais já não é apenas uma questão estética ou ética. O artigo mostra, de forma inequívoca, que muitos processos podem ser alterados quando um predador de topo é removido do ecossistema.

Os autores ainda chamam a atenção para as alterações que poderão acontecer em vários processos importantes para a sociedade, como doenças, sequestro de carbono, espécies invasoras e ciclos biogeoquímicos.


Entre os dados expostos no artigo está o efeito do declínio de lobos no Parque Nacional Yellowstone, nos Estados Unidos. Quando esses animais foram sendo removidos, a população de alces se alterou imediatamente. Mas também mudou o comportamento desse cervídeo, que passou a se alimentar de plantas em locais em que antes não ia porque podia ser atacado por um lobo.
Sem os lobos, pequenas árvores da família Salicaceae e gramíneas passaram a crescer menos, o que resultou na queda de alimentos para os castores, com resultante diminuição na população desses últimos. O resultado foi a cascata trófica. Com a reintrodução de lobos no parque, passou a ocorrer a recuperação do ecossistema, com as plantas voltando a crescer mais, assim como as populações de outros animais.
Notícia original retirada de: http://agencia.fapesp.br/14195



BANCO DE IMAGENS DE BIOLOGIA MARINHA

USP abre novo portal com milhares de imagens e centenas de vídeos provenientes de atividades científicas em biologia marinha. As espécies são classificadas taxonomicamente, pelo estágio de vida e também tem informações sobre a geolocalização. Há várias opções de navegação.

Uma ferramenta muito importante para pesquisadores e educadores.

A imagem ao lado mostra uma medusa adulta, espécie Turritopsis nutricula, uma foto tirada por Alvaro E. Migotto.

Quando se clica em uma imagem determinada, abre-se uma lista de todas fotos tiradas pelo autor e, ainda, uma lista de suas referências científicas.

Realmente, um banco de dados muito bem elaborado e riquíssimo. Além disso, com acesso livre, o que deveria ser praxe para todas informações científicas, incluindo aí os banco de dados com listas de espécies, geolocalização, coletor, etc.

Infelizmente, há algumas disciplinas que ainda possuem a mentalidade de "guardar" essas informações para os "iniciados". Porém, essa é uma tendência que está em desuso e, pelo menos na cultura, o uso e/ou desuso pode ser passado para outra geração.

Para navegar e ver essas imagens maravilhosas, acesse http://cifonauta.cebimar.usp.br/