terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Experimento em andamento 2

Oi.

Que legal! Já recebi algumas mensagens sobre o blog. O professor Andreas Kindel, da UFRGS, me perguntou, via email, se as mudas do experimento foram plantadas. Na verdade, não foram. Estão em garrafas PET. Elas serão devolvidas após o término do experimento. Veja, abaixo, uma foto de duas mudas de pitangueira. Da muda da esquerda retirei as ervas que estavam junto, a da direita tem essas ervas.



As mudas foram emprestadas junto à Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Torres. Eles tem um fornecedor de mudas permanente e fiz um pedido de empréstimo que foi aceito. Aliás, gostaria de agradecer publicamente ao biólogo Rivaldo, que é técnico da Secretaria, pela sua atenção e ao Secretário do Meio Ambiente por liberar esse empréstimo.

Falei, no post anterior, que estava triando as aranhas da minha primeira coleta. Estou morfotipando os bichos, ou seja, separando por semelhança morfológica. É tipo um genérico da identificação profissional para quem é preguiçoso como eu (hehehe), o que os cientistas gringos chamam de RTU's (Recognizable Taxonomic Units).

Das vinte unidades amostrais, cinco já foram triadas. No momento, tenho uma lista de 22 morfoespécies. Provavelmente, isso está superestimado, ou seja, devo ter separado mais espécies do que realmente existe, já que eu separo as aranhas jovens também e, muitas vezes, separam-se dois indivíduos achando que são diferentes, quando, na verdade, são a mesma espécie (estágios diferentes), sem falar no dimorfismo sexual (espécies com machos completamente diferentes das fêmeas).

De qualquer forma, estou achando que são muitas espécies. Em termos de área, são em torno de 2,5 metros quadrados! Vinte e duas espécies e em torno de 80 aranhas! É bastante...

Vejam, abaixo, algumas fotos das aranhas:





Por ordem: Araneidae? em muda de pitangueira (Eugenia uniflora), Theridiidae com uma presa na teia em muda de tarumã (Citharexyllum montevidense), Theridiidae em muda de tarumã, refúgio de uma aranha cursorial em uma pitangueira.

Além das aranhas, há outros bichos, principalmente formigas... Muitos ácaros, vermelhos e/ou laranjas, bem pequenos. Entre outros, veja abaixo dois exemplos: bicho-pau e um indivíduo jovem de gafanhoto (bom, há diferenças entre gafanhotos, esperanças e grilos, espero que os entomologistas se manifestem se escrevi alguma besteira):



Todas as fotos foram tiradas por mim. Se quiserem utilizar, sintam-se à vontade. Se alguém não conseguiu ver o bicho-pau, olhe mais atentamente... Esses bichos podem ser muito disfarçados (ou crípticos no jargão biológico).

Para ilustrar o trabalho de montar esse experimento, posto, abaixo, um vídeo feito por minha amiga-esposa-namorada-companheira-namorida Carla:


Eu, com um turbante na cabeça para não ser comido, literalmente, pelas moscas (de vários tipos) e pelos maruins (só sabe que ele está lá quando se sente a picada), montando uma unidade amostral. Notem que a área foi limpa das ervas e da grama, que foram arrancadas pela raíz para não recolonizarem e influenciarem na colonização das mudas pelas aranhas. Obs.: esse vídeo é da fase piloto em novembro. Mas os blocos são os mesmo, só mudou um pouco a distribuição das mudas.

Buenas, por hoje é isso. Há muito mais assunto para escrever. Como disse o professor Andreas: "isso vai te dar um trabalho"!!! Hehehe. Mas estou achando muito legal. Espero que vocês também estejam curtindo.

Paz a todos.

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