De volta a Torres e ao calor. Já estava me acostumando com o clima ameno da serra. Bom, o curso foi muito bom. Diferente de quando eu participei como aluno, pois, dessa vez, havia menos alunos, o que otimizou as relações entre esses e os professores. Os alunos muito interessados e abertos a opiniões e críticas. Sem sentimentalismos... Além disso, houve um nítido progresso dos alunos ao longo do curso no que diz respeito ao planejamento e execução dos projetos. Os projetos livres, que são bolados pelos próprios alunos, também foram muito bem pensados e desenvolvidos no geral. Em resumo, se fez muita ciência de qualidade, apesar do pequeno tempo para os projetos. Isso dá uma pista do envolvimento dos alunos.
Amanhã, domingo, devo fazer novas coletas aqui no meu experimento. Essa semana será de coletas quase todos os dias. Devo reservar algum tempo para o artigo que estou escrevendo. Ano novo e muito trabalho pela frente. As coisas que não se resolverem, serão deixadas pra trás. Devo concentrar esforços no que funciona. O que tem defeitos de funcionamento, que vá ser consertado. Não posso ficar remando sem sair do lugar!
Paz a todos.
sábado, 29 de janeiro de 2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Fragmentos de uma colcha natural
Se você olha a floresta amazônica de um avião, parece que ela é completamente igual. Se você entrar na floresta amazônica, talvez a primeira impressão também seja de homogeneidade (uma parte é igual à outra qualquer). Porém, se olhar mais atentamente, verá que há nuances nessa igualdade aparente: uma clareira aberta por uma árvore que caiu, um grupo de arbustos da mesma espécie em um canto, duas árvores grandes próximas em outro canto, etc. Qualquer lugar na natureza apresenta gradientes de variações nas suas partes: diversidade de elementos. Até mesmo se pensarmos em nível molecular, uma folha de determinada planta possui compostos químicos diferentes dos compostos de outras espécies. A natureza é uma colcha de retalhos, organizada estrutural e funcionalmente, desde sua parte mais elementar. O mistério é como essas partes todas se juntam, organizadamente, para formar o que sentimos ser um Ser.
Nesse estágio civilizatório, o homem altera partes da natureza, deixa sua pegada, como se diz. Essas alterações interferem no funcionamento dos sistemas naturais. Como se processa essa interferência? Esses processos de interferência levam a que tipo de novas organizações? Essas organizações, em contrapartida, afetam como os sistemas civilizatórios?
Em certo aspecto, essas são algumas perguntas essenciais quando se pensa em alterações de ecossistemas pela atividade humana. Essa é a pergunta básica do meu projeto de pesquisa. Como se comportam as comunidades animais e vegetais nas florestas que se safaram da devastação em relação ao tamanho da floresta, da distância entre elas, do tipo de atividade humana do entorno dessas florestas, do tipo de estrutura da vegetação dentro dessas florestas. Essas florestas são todas iguais? Se comportam da mesma maneira? Quando um empreendedor quiser fazer qualquer alteração nessas florestas, como será que isso se refletirá nas outras florestas? Como as comunidades de animais e plantas serão afetadas?
Essas perguntas são gerais, mas traduzem os objetivos últimos da pesquisa. Porém, em uma escala menor, pois existe um grupo animal específico, que são as aranhas de teia, as quais possuem uma íntima interação com a estrutura da vegetação, a qual, por sua vez, é o sustentáculo energético de todo sistema através da produção primária a partir da fotossíntese.
Ainda estou no curso de campo. Abaixo, algumas fotos:
Paz a todos.
Nesse estágio civilizatório, o homem altera partes da natureza, deixa sua pegada, como se diz. Essas alterações interferem no funcionamento dos sistemas naturais. Como se processa essa interferência? Esses processos de interferência levam a que tipo de novas organizações? Essas organizações, em contrapartida, afetam como os sistemas civilizatórios?
Em certo aspecto, essas são algumas perguntas essenciais quando se pensa em alterações de ecossistemas pela atividade humana. Essa é a pergunta básica do meu projeto de pesquisa. Como se comportam as comunidades animais e vegetais nas florestas que se safaram da devastação em relação ao tamanho da floresta, da distância entre elas, do tipo de atividade humana do entorno dessas florestas, do tipo de estrutura da vegetação dentro dessas florestas. Essas florestas são todas iguais? Se comportam da mesma maneira? Quando um empreendedor quiser fazer qualquer alteração nessas florestas, como será que isso se refletirá nas outras florestas? Como as comunidades de animais e plantas serão afetadas?
Essas perguntas são gerais, mas traduzem os objetivos últimos da pesquisa. Porém, em uma escala menor, pois existe um grupo animal específico, que são as aranhas de teia, as quais possuem uma íntima interação com a estrutura da vegetação, a qual, por sua vez, é o sustentáculo energético de todo sistema através da produção primária a partir da fotossíntese.
Ainda estou no curso de campo. Abaixo, algumas fotos:
Paz a todos.
sábado, 15 de janeiro de 2011
Seguidores
Obrigado aos amigos que estão conectados aqui no blog. Sejam bem-vindos. Sintam-se a vontade para fazer comentários e, se curtiram, espalhem para os amigos.
Paz a todos.
Paz a todos.
Final das coletas...
Oi,
Nessa sexta-feira, encerrei as novas coletas. Agora, só daqui 23 dias novamente. Segunda-feira, estou indo trabalhar de monitor na disciplina Ecologia de Campo, do PPG-Ecologia da UFRGS. Fico na serra por 10 dias. Essa disciplina é muito legal. O pessoal cai de cabeça na Ecologia. Todos os dias, há projetos que são desenvolvidos. É um projeto por dia! O aluno tem que fazer as coletas de dados de manhã, voltar para a sede, almoçar, analisar os dados, montar uma apresentação e fazer um relatório em forma de artigo científico. É bem puxado, mas vale a pena. Eu fiz um curso desses lá na Amazônia, só que foi de 30 dias. Foi maravilhoso.
Então, caso eu não poste por alguns dias, não estranhem.
Ah, ainda sobre as coletas, achei que a quantidade de bichos foi menor dessa vez; porém, ainda apareceram muitas aranhas.
O objetivo do trabalho é saber se a quantidade e a qualidade da vegetação influenciam na colonização dos bichos. Isso está inserido dentro do meu projeto de doutorado, o qual teve coletas em campo também. Essa questão da influência da área e da diversidade de hábitats sobre as espécies é um tema que perpassa a história da Ecologia. Afinal, é importante saber os fatores que influenciam as espécies de modo que possamos inferir as respostas dos bichos às alterações humanas, por exemplo.
Paz a todos.
Nessa sexta-feira, encerrei as novas coletas. Agora, só daqui 23 dias novamente. Segunda-feira, estou indo trabalhar de monitor na disciplina Ecologia de Campo, do PPG-Ecologia da UFRGS. Fico na serra por 10 dias. Essa disciplina é muito legal. O pessoal cai de cabeça na Ecologia. Todos os dias, há projetos que são desenvolvidos. É um projeto por dia! O aluno tem que fazer as coletas de dados de manhã, voltar para a sede, almoçar, analisar os dados, montar uma apresentação e fazer um relatório em forma de artigo científico. É bem puxado, mas vale a pena. Eu fiz um curso desses lá na Amazônia, só que foi de 30 dias. Foi maravilhoso.
Então, caso eu não poste por alguns dias, não estranhem.
Ah, ainda sobre as coletas, achei que a quantidade de bichos foi menor dessa vez; porém, ainda apareceram muitas aranhas.
O objetivo do trabalho é saber se a quantidade e a qualidade da vegetação influenciam na colonização dos bichos. Isso está inserido dentro do meu projeto de doutorado, o qual teve coletas em campo também. Essa questão da influência da área e da diversidade de hábitats sobre as espécies é um tema que perpassa a história da Ecologia. Afinal, é importante saber os fatores que influenciam as espécies de modo que possamos inferir as respostas dos bichos às alterações humanas, por exemplo.
Paz a todos.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
A fúria da... Natureza?
Não, a fúria do homem. Da ganância, do orgulho, da indiferença, da prepotência, da ignorância.
Transcrevo, abaixo, um texto do Dr. Alarich R. Schultz, que esclarece bem a questão das enchentes:
"(...) Mas não é esta a função única ou mesmo máxima das florestas. Sabemos todos, e é quase lugar comum dizer que a derrubada das florestas acarreta modificações e mesmo transtornos quase insanáveis para o clima, a fertilidade e a fisionomia de um país. Evoco, à guisa de exemplo, os casos históricos da Ásia Menor, da zona montanhosa da Itália e do leste dos Estados Unidos da América. Países em que a desmatação incauta transformou vastos trechos de terra fertilíssima em deserto ou quase deserto árido e estéril.
Perigo semelhante ameaça à nossa grande e adorada mãe pátria.
Permití pois, que frise alguns aspectos da situação e seus possíveis remédios à luz da ciência.
A influência das matas sobre o ciclo d'água é extraordinário. Copas frondosas, ramarias e raízes retêm as gotas da chuva, diminuem a velocidade de escoamento, evitando o perigo da erosão e regulando o nível dos rios e riachos. No município de Ijuí, por exemplo, constatei o seguinte: Entre 1920 e 1930, isto é, antes de ter chegado ao grau de desflorestamento atual, verificava-se a cheia do "Rio da Ponte" aproximadamente 3 ou 4 dias depois de chuvas copiosas, mantendo-se esta mais ou menos pelo período duma semana. A pequena usina hidro-elétrica existente funcionava com normalidade e com reserva d'água suficiente para poder multiplicar por 3 ou mais vezes o seu potencial em caso de necessidade. Atualmente começa a cheia no dia da chuva ou no dia seguinte e termina 3 ou 4 dias depois, deixando o leito do citado rio abaixo do nível outrora normal; em conseqüência disto, falta energia elétrica ao desenvolvimento industrial desta rica região do estado, e, pela erosão acelerada, se tornará cada vez menos fértil a terra do colono. Aos conhecedores, não faltarão outros exemplos semelhantes."
Texto atualíssimo, não é mesmo? Pois bem, foi escrito em 1947 na aula inaugural da Faculdade de Filosofia da UPA.
A última frase é emblemática: "Aos conhecedores, não faltarão outros exemplos semelhantes." Exemplos que vimos nos noticiários da semana.
Por que o homem é tão ignorante? Não me atrevo a responder esta pergunta. Haverá pessoas que dirão que isso que eu digo é uma blasfêmia, afinal, até no nome somos orgulhosos: Homo sapiens.
Só vos faço um alerta importante. Quem acha que isso terá fim ou diminuirá, se engana. Os gananciosos não descansarão enquanto não transformarem a terra em escombros. Sob a égide do "desenvolvimento econômico e social" muitas barbaridades serão cometidas. Atentem para esse fato: no ano passado, um lobby no Congresso Nacional pressionava para diminuir as áreas de proteção permanente sob o signo do entrave ao "progresso".
Eu quero o progresso moral, o progresso de caráter, o progresso do amor, o progresso da bondade. Aos que desejam a matéria, serão soterrados por ela!
E ainda há "cientistas" que falam que não existe tal coisa como as "alterações climáticas globais".
Paz a todos.
Transcrevo, abaixo, um texto do Dr. Alarich R. Schultz, que esclarece bem a questão das enchentes:
"(...) Mas não é esta a função única ou mesmo máxima das florestas. Sabemos todos, e é quase lugar comum dizer que a derrubada das florestas acarreta modificações e mesmo transtornos quase insanáveis para o clima, a fertilidade e a fisionomia de um país. Evoco, à guisa de exemplo, os casos históricos da Ásia Menor, da zona montanhosa da Itália e do leste dos Estados Unidos da América. Países em que a desmatação incauta transformou vastos trechos de terra fertilíssima em deserto ou quase deserto árido e estéril.
Perigo semelhante ameaça à nossa grande e adorada mãe pátria.
Permití pois, que frise alguns aspectos da situação e seus possíveis remédios à luz da ciência.
A influência das matas sobre o ciclo d'água é extraordinário. Copas frondosas, ramarias e raízes retêm as gotas da chuva, diminuem a velocidade de escoamento, evitando o perigo da erosão e regulando o nível dos rios e riachos. No município de Ijuí, por exemplo, constatei o seguinte: Entre 1920 e 1930, isto é, antes de ter chegado ao grau de desflorestamento atual, verificava-se a cheia do "Rio da Ponte" aproximadamente 3 ou 4 dias depois de chuvas copiosas, mantendo-se esta mais ou menos pelo período duma semana. A pequena usina hidro-elétrica existente funcionava com normalidade e com reserva d'água suficiente para poder multiplicar por 3 ou mais vezes o seu potencial em caso de necessidade. Atualmente começa a cheia no dia da chuva ou no dia seguinte e termina 3 ou 4 dias depois, deixando o leito do citado rio abaixo do nível outrora normal; em conseqüência disto, falta energia elétrica ao desenvolvimento industrial desta rica região do estado, e, pela erosão acelerada, se tornará cada vez menos fértil a terra do colono. Aos conhecedores, não faltarão outros exemplos semelhantes."
Texto atualíssimo, não é mesmo? Pois bem, foi escrito em 1947 na aula inaugural da Faculdade de Filosofia da UPA.
A última frase é emblemática: "Aos conhecedores, não faltarão outros exemplos semelhantes." Exemplos que vimos nos noticiários da semana.
Por que o homem é tão ignorante? Não me atrevo a responder esta pergunta. Haverá pessoas que dirão que isso que eu digo é uma blasfêmia, afinal, até no nome somos orgulhosos: Homo sapiens.
Só vos faço um alerta importante. Quem acha que isso terá fim ou diminuirá, se engana. Os gananciosos não descansarão enquanto não transformarem a terra em escombros. Sob a égide do "desenvolvimento econômico e social" muitas barbaridades serão cometidas. Atentem para esse fato: no ano passado, um lobby no Congresso Nacional pressionava para diminuir as áreas de proteção permanente sob o signo do entrave ao "progresso".
Eu quero o progresso moral, o progresso de caráter, o progresso do amor, o progresso da bondade. Aos que desejam a matéria, serão soterrados por ela!
E ainda há "cientistas" que falam que não existe tal coisa como as "alterações climáticas globais".
Paz a todos.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Aperitivo...
Olá,
Vou transcrever algumas passagens do artigo que estou finalizando para vocês terem uma ideia do conteúdo.
"Our main objective was to assess the responses of arthropod communities to three effects commonly linked to forest fragmentation, namely area effect, isolation effect, and forest conversion effect. Taking the expected responses of community diversities to forest fragmentation (Ewers and Didham 2006; Fahrig 2003), we aimed to respond the specific questions: (1) loss of area is accompanied by a loss of species richness and abundance?; (2) increasing isolation of fragments translates in loss of species richness and abundance?; and (3) fragments of forests contain more species richness and abundance than disturbed habitats? Additionally, we aimed to characterize the distribution of forest fragmentation studies on arthropod communities on the World Forest Biomes and Ecoregions."
"That second selection filtered 34 papers used in the present study (...) Each selected paper was classified by taxa studied, biome, ecoregion, forest fragments boundaries, micro-habitat sampled, sampling technique, and type of experiment."
"A total of 34 papers approaching the effects of area, isolation and/or habitat on arthropod communities were selected based on criteria described above. The first published paper on the effects of forest fragmentation on arthropods dates to 1988. In the following decade six papers were published and the majority of fragmentation studies came out during the last decade. From the total only five studies performed field experiments (manipulatives) with some degree of control of the factors linked to fragmentation, commonly the area. All other studies were natural experiments (mensuratives)."
"Six forest biomes were contemplated in our review. The only exception is the tropical and subtropical coniferous forests. However, the ecoregions are poorly represented."
"The most assessed taxon was Insecta among the Hexapoda. Arachnida was assessed seven times (...) By far the most studied taxon was Coleoptera with 20 papers. In spite of this only two beetle families Scarabaeidae and Carabidae comprise the great part of studies."
"Table 3 resumes the responses of the components of diversity of each arthropod taxon to the three main effects of fragmentation in each biome resumed in the present study. The majority of paper assessments were on the effects of forest conversion to other habitats (...) Surprisingly, isolation effects were poorly assessed in forest fragmentation studies – only nine times (...) Area loss effects were assessed 30 times. There were not positive responses of richness to the loss of forested area, but one study with carabid beetles in BF showed a positive effect on abundance, i.e. abundance was negatively related to fragment area."
"Our results show that the arthropod diversity responses to forest fragmentation are still poorly studied worldwide. In spite of the majority of biomes had been contemplated, studies are concentrated in few ecoregions most probably linked to particular research groups."
Paz a todos.
Vou transcrever algumas passagens do artigo que estou finalizando para vocês terem uma ideia do conteúdo.
"Our main objective was to assess the responses of arthropod communities to three effects commonly linked to forest fragmentation, namely area effect, isolation effect, and forest conversion effect. Taking the expected responses of community diversities to forest fragmentation (Ewers and Didham 2006; Fahrig 2003), we aimed to respond the specific questions: (1) loss of area is accompanied by a loss of species richness and abundance?; (2) increasing isolation of fragments translates in loss of species richness and abundance?; and (3) fragments of forests contain more species richness and abundance than disturbed habitats? Additionally, we aimed to characterize the distribution of forest fragmentation studies on arthropod communities on the World Forest Biomes and Ecoregions."
"That second selection filtered 34 papers used in the present study (...) Each selected paper was classified by taxa studied, biome, ecoregion, forest fragments boundaries, micro-habitat sampled, sampling technique, and type of experiment."
"A total of 34 papers approaching the effects of area, isolation and/or habitat on arthropod communities were selected based on criteria described above. The first published paper on the effects of forest fragmentation on arthropods dates to 1988. In the following decade six papers were published and the majority of fragmentation studies came out during the last decade. From the total only five studies performed field experiments (manipulatives) with some degree of control of the factors linked to fragmentation, commonly the area. All other studies were natural experiments (mensuratives)."
"Six forest biomes were contemplated in our review. The only exception is the tropical and subtropical coniferous forests. However, the ecoregions are poorly represented."
"The most assessed taxon was Insecta among the Hexapoda. Arachnida was assessed seven times (...) By far the most studied taxon was Coleoptera with 20 papers. In spite of this only two beetle families Scarabaeidae and Carabidae comprise the great part of studies."
"Table 3 resumes the responses of the components of diversity of each arthropod taxon to the three main effects of fragmentation in each biome resumed in the present study. The majority of paper assessments were on the effects of forest conversion to other habitats (...) Surprisingly, isolation effects were poorly assessed in forest fragmentation studies – only nine times (...) Area loss effects were assessed 30 times. There were not positive responses of richness to the loss of forested area, but one study with carabid beetles in BF showed a positive effect on abundance, i.e. abundance was negatively related to fragment area."
"Our results show that the arthropod diversity responses to forest fragmentation are still poorly studied worldwide. In spite of the majority of biomes had been contemplated, studies are concentrated in few ecoregions most probably linked to particular research groups."
Paz a todos.
Coletas 2 continuação...
Oi,
Ontem, continuei minhas coletas nas manchas (quem não sabe do que estou falando, veja os posts anteriores). Continuam aparecendo bichos, mesmo nas manchas pequenas. Acredito haver chegado a um período adequado para a colonização pelas aranhas. As taxas de colonização serão medidas em número de espécies/tempo. O tempo poderá ser 23 dias, que é o tempo que estou deixando que as manchas sejam recolonizadas, ou, talvez, possa ser por dia...
Estou em tratativas comigo mesmo para montar outro experimento em nível de paisagem... Devo conversar com a Sandra, minha orientadora, para afinar essas ideias. Também devo pensar a respeito da logística de coletas e identificações, já que o Everton está envolvido com o doutorado e já está identificando as coletas desse experimento em curso e eu já estou coletando e tenho que terminar o primeiro artigo (prazo estipulado é 31 de janeiro), começar o segundo artigo, preparar a qualificação, etc. Que bom! Bastante trabalho... Adoro o que faço!!!
Ontem, continuei minhas coletas nas manchas (quem não sabe do que estou falando, veja os posts anteriores). Continuam aparecendo bichos, mesmo nas manchas pequenas. Acredito haver chegado a um período adequado para a colonização pelas aranhas. As taxas de colonização serão medidas em número de espécies/tempo. O tempo poderá ser 23 dias, que é o tempo que estou deixando que as manchas sejam recolonizadas, ou, talvez, possa ser por dia...
Estou em tratativas comigo mesmo para montar outro experimento em nível de paisagem... Devo conversar com a Sandra, minha orientadora, para afinar essas ideias. Também devo pensar a respeito da logística de coletas e identificações, já que o Everton está envolvido com o doutorado e já está identificando as coletas desse experimento em curso e eu já estou coletando e tenho que terminar o primeiro artigo (prazo estipulado é 31 de janeiro), começar o segundo artigo, preparar a qualificação, etc. Que bom! Bastante trabalho... Adoro o que faço!!!
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Coletas 2
Oi,
Passada a entrada de ano... Iniciei, hoje, minha segunda coleta nas manchas experimentais após 23 dias da primeira. Sem mais surpresas, os bichos já tiveram tempo de recolonizar. Inclusive, topei com outras espécies. Alguns salticídeos (papa-moscas) difíceis de coletar manualmente. Esses bichos são muito rápidos, também, têm os olhos mais desenvolvidos do reino das aranhas!
Lendo o artigo "The species-area relationship in the hoverfly (Diptera, Syrphidae) communities of forest fragments in southern France" (Ouin et al. 2006) vi que os autores utilizaram dois tipos de medidas de riqueza: riqueza de espécies (species richness) - para o total de espécies encontradas em cada fragmento; e densidade de espécies (species density) - riqueza padronizada para o tamanho da menor amostra (média). Já havia visto isso em outro artigo (Myiashita et al. [2008]). Os autores utilizaram amostragem proporcional, ou seja, fragmentos maiores receberam mais unidades amostrais. Originalmente, os primeiros estudos envolvendo relação espécies-área amostravam sempre áreas iguais, mesmo em tamanhos diferentes. Porém, há referências mais atuais que fazem algumas considerações sobre isso. Schoereder et al. (2004) abordam isso de forma bem legal. Fragmentos maiores, provavelmente, têm maior diversidade de hábitats, portanto, se utilizamos o mesmo número de unidades amostrais em pequenos e grandes, pode-se perder essa provável beta-diversidade. Isso pode fazer com que a riqueza seja igual nos dois tamanhos.
Ouin et al. encontraram diferenças nos efeitos de área para os dois tipos de abordagem... A densidade de espécies não variou com a área. Ou seja, fragmentos pequenos e grandes possuíam o mesmo número médio de espécies em uma determinada área. Já a riqueza total foi positivamente relacionada com área. Dengler (2008) sugere que, em estudos de relação espécies-área, deve-se usar riqueza média, mas ele discute somente estudos com desenhos aninhados e não comenta nada a respeito do desenho tradicional utilizado em conservação: fragmentos do hábitat de interesse.
Se vocês notaram, estou de novo discutindo sobre métodos de amostragem e métodos de representação da riqueza: riqueza total, densidade de espécies, riqueza rarefeita, controle do tamanho amostral... Vi artigos abordando isso de todos os jeitos, o que significa que, aqui, não há uma regra clara. Ainda penso que o melhor é fazer amostragem proporcional e retirar o efeito de amostragem com rarefação, apesar de que o tradicional é utilizar amostragem proporcional com riqueza de espécies em um modelo de regressão exponencial (power function): S=cA^z.
Quem se interessa pelo assunto, pode dar uma olhada no artigo do Schoereder et al. (2004) "Should we use proportional sampling for species-area studies?" e os do Dengler: (2008) "Pitfalls in small scale species-area sampling and analysis" e (2009) "Which function describes the species-area relationship best? A review and empirical evaluation".
Paz a todos.
Passada a entrada de ano... Iniciei, hoje, minha segunda coleta nas manchas experimentais após 23 dias da primeira. Sem mais surpresas, os bichos já tiveram tempo de recolonizar. Inclusive, topei com outras espécies. Alguns salticídeos (papa-moscas) difíceis de coletar manualmente. Esses bichos são muito rápidos, também, têm os olhos mais desenvolvidos do reino das aranhas!
Lendo o artigo "The species-area relationship in the hoverfly (Diptera, Syrphidae) communities of forest fragments in southern France" (Ouin et al. 2006) vi que os autores utilizaram dois tipos de medidas de riqueza: riqueza de espécies (species richness) - para o total de espécies encontradas em cada fragmento; e densidade de espécies (species density) - riqueza padronizada para o tamanho da menor amostra (média). Já havia visto isso em outro artigo (Myiashita et al. [2008]). Os autores utilizaram amostragem proporcional, ou seja, fragmentos maiores receberam mais unidades amostrais. Originalmente, os primeiros estudos envolvendo relação espécies-área amostravam sempre áreas iguais, mesmo em tamanhos diferentes. Porém, há referências mais atuais que fazem algumas considerações sobre isso. Schoereder et al. (2004) abordam isso de forma bem legal. Fragmentos maiores, provavelmente, têm maior diversidade de hábitats, portanto, se utilizamos o mesmo número de unidades amostrais em pequenos e grandes, pode-se perder essa provável beta-diversidade. Isso pode fazer com que a riqueza seja igual nos dois tamanhos.
Ouin et al. encontraram diferenças nos efeitos de área para os dois tipos de abordagem... A densidade de espécies não variou com a área. Ou seja, fragmentos pequenos e grandes possuíam o mesmo número médio de espécies em uma determinada área. Já a riqueza total foi positivamente relacionada com área. Dengler (2008) sugere que, em estudos de relação espécies-área, deve-se usar riqueza média, mas ele discute somente estudos com desenhos aninhados e não comenta nada a respeito do desenho tradicional utilizado em conservação: fragmentos do hábitat de interesse.
Se vocês notaram, estou de novo discutindo sobre métodos de amostragem e métodos de representação da riqueza: riqueza total, densidade de espécies, riqueza rarefeita, controle do tamanho amostral... Vi artigos abordando isso de todos os jeitos, o que significa que, aqui, não há uma regra clara. Ainda penso que o melhor é fazer amostragem proporcional e retirar o efeito de amostragem com rarefação, apesar de que o tradicional é utilizar amostragem proporcional com riqueza de espécies em um modelo de regressão exponencial (power function): S=cA^z.
Quem se interessa pelo assunto, pode dar uma olhada no artigo do Schoereder et al. (2004) "Should we use proportional sampling for species-area studies?" e os do Dengler: (2008) "Pitfalls in small scale species-area sampling and analysis" e (2009) "Which function describes the species-area relationship best? A review and empirical evaluation".
Paz a todos.
sábado, 1 de janeiro de 2011
Assinar:
Postagens (Atom)