Se você olha a floresta amazônica de um avião, parece que ela é completamente igual. Se você entrar na floresta amazônica, talvez a primeira impressão também seja de homogeneidade (uma parte é igual à outra qualquer). Porém, se olhar mais atentamente, verá que há nuances nessa igualdade aparente: uma clareira aberta por uma árvore que caiu, um grupo de arbustos da mesma espécie em um canto, duas árvores grandes próximas em outro canto, etc. Qualquer lugar na natureza apresenta gradientes de variações nas suas partes: diversidade de elementos. Até mesmo se pensarmos em nível molecular, uma folha de determinada planta possui compostos químicos diferentes dos compostos de outras espécies. A natureza é uma colcha de retalhos, organizada estrutural e funcionalmente, desde sua parte mais elementar. O mistério é como essas partes todas se juntam, organizadamente, para formar o que sentimos ser um Ser.
Nesse estágio civilizatório, o homem altera partes da natureza, deixa sua pegada, como se diz. Essas alterações interferem no funcionamento dos sistemas naturais. Como se processa essa interferência? Esses processos de interferência levam a que tipo de novas organizações? Essas organizações, em contrapartida, afetam como os sistemas civilizatórios?
Em certo aspecto, essas são algumas perguntas essenciais quando se pensa em alterações de ecossistemas pela atividade humana. Essa é a pergunta básica do meu projeto de pesquisa. Como se comportam as comunidades animais e vegetais nas florestas que se safaram da devastação em relação ao tamanho da floresta, da distância entre elas, do tipo de atividade humana do entorno dessas florestas, do tipo de estrutura da vegetação dentro dessas florestas. Essas florestas são todas iguais? Se comportam da mesma maneira? Quando um empreendedor quiser fazer qualquer alteração nessas florestas, como será que isso se refletirá nas outras florestas? Como as comunidades de animais e plantas serão afetadas?
Essas perguntas são gerais, mas traduzem os objetivos últimos da pesquisa. Porém, em uma escala menor, pois existe um grupo animal específico, que são as aranhas de teia, as quais possuem uma íntima interação com a estrutura da vegetação, a qual, por sua vez, é o sustentáculo energético de todo sistema através da produção primária a partir da fotossíntese.
Ainda estou no curso de campo. Abaixo, algumas fotos:
Paz a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário