quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Novas coletas...

Oi,

Esta semana, como comentei anteriormente, está sendo de coletas. É a terceira vez. Deixa eu explicar essa parada melhor. O meu objetivo primeiro é verificar se a quantidade e a diversidade de hábitats influenciam na colonização das aranhas. O desenho e outras minúcias estão descritos nos posts anteriores (leia lá).

Dois dos processos que influenciam no estabelecimento de uma comunidade animal são a colonização e a extinção. A colonização é a chegada (imigração) e o estabelecimento de novas espécies e a extinção é a perda de espécies que já estavam na comunidade.

Supõem-se que as taxas de colonização sejam maiores se: (1) as manchas de hábitat forem maiores e (2) se as manchas de hábitat forem mais heterogêneas. Como trabalhar com aranhas é sempre complicado no sentido da identificação em campo (que é quase inviável), seria muito difícil trabalhar com as comunidades in loco ao longo do tempo. Dessa forma, escolhi trabalhar só com a taxa de colonização. Como fazer?

Tirei as aranhas que estavam nas minhas manchas de vegetação logo que montei o experimento. Dessa forma, o espaço estava disponível para a colonização. Após 23 dias, voltei lá e tirei novamente as aranhas e assim sucessivamente. Desse jeito, terei o número de espécies e suas identidades ao longo de tempos iguais: mais ou menos 23 dias (mais ou menos porque às vezes chove e não dá pra coletar exatamente naquele dia).

As taxas de colonização das populações serão medidas através de uma fórmula extraída de Extinction and colonization processes: parameter estimates from sporadic surveys (Clark e Rosenzweig, 1994). As taxas de extinção são totais: como eu tiro todas as aranhas da vegetação, todas são extintas!!!

Pretendo, no mínimo, fazer 10 coletas dessa forma. Até porque os autores do artigo sugerem que quanto mais coletas melhor...

Nessa última coleta, tenho pego menos aranhas... Por outro lado, muitas aranhas estavam com suas ootecas (ovos). Veja a figura abaixo:


Isso é muito legal, pois quer dizer que as manchas, apesar de pequenas, são capazes de proporcionar condições e recursos para que populações possam se desenvolver... A beleza de experimentos é que eles dão condições para que possamos analisar processos que, em estudos de campo, seriam muito complicados. Os processos demográficos são extremamente complicados de se medir em condições naturais. Aqui, parece que será possível... Tenho que me debruçar sobre isso para pensar na melhor maneira de medir isso...

Abaixo, um vídeo legal de uma aranha cursorial (Anyphaenidae?) fazendo sua teia. As aranhas cursoriais são aquelas que perambulam pela vegetação a procura de presas, diferentemente das aranhas de teia, que fazem uma teia e esperam as presas caírem nela. A aranha do vídeo está construindo seu refúgio. Ela fica na parte abaxial (inferior) da folha. A qualidade não ficou muito boa, mas acho que dá pra ter uma ideia. Veja aí:


Paz a todos.

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