quarta-feira, 6 de abril de 2011

A planície costeira do sul do Brasil - descrição histórica

Saudações a todos.

Estou iniciando as postagens referentes à minha pesquisa de campo inicialmente denominada "Aranhas de teia em remanescentes de Floresta Atlântica no sul do Brasil". Sem um planejamento rigoroso, já que a ideia, aqui, é uma coisa mais descontraída, vou começar com uma descrição da planície costeira do sul do Brasil citada no livro "Torres Origens" de Ruy Ruben Ruschel.

Penso ser pertinente essa descrição uma vez que os remanescentes de mato nos quais coletei são ou remanescentes, ou matos secundários em variados níveis de desenvolvimento da vegetação. Para uma classificação dos tipos de florestas baseada em sucessão ecológica, clique aqui http://www.apremavi.org.br/cartilha-planejando/a-floresta-primaria-e-as-florestas-secundarias/

"A PLANÍCIE COSTEIA

De leste para oeste, pode distinguir-se cinco bastidores sucessivos, a saber:

A1) A linha de praia, umedecida pelas ondas, estreita de apenas 10 a 50 metros ao tempo dos nativos, é fechada primitivamente por um cordão quase contínuo de dunas de areias soltas, movidas pelos ventos nordeste e sul.
A2) Logo atrás das dunas espichava-se, desde Araranguá até Tramandaí, um cordão paludoso, onde se acumulava a água da chuva. São os conhecidos esteirais ou lagoinhas, outrora separando o mar e o campo. Agora estão mais secos, aos poucos preenchidos por estivas e aterros. De trecho em trecho, os excessos de água rompiam e os cômoros marginais extravasavam, formando arroios a cortar a praia.
A3) A oeste dos esteirais e lagoinhas prevaleciam os campos secos, cobertos de relva natural e entremeados com vistosos capões. Dunas de areias também aí aparecem, às vezes consolidadas pelo mato.

(...) Essas três faixas formam a longa restinga apertada entre as lagoas e o mar de 2 a 5 km de largura (...).

(...)A4) Detrás da restinga e dos campos segue o grande rosário das lagoas costeiras.

(...) A5) O resto da planície é constituída das margens internas das lagoas, às vezes bem estreitas, outras em comunicação com os valores dos rios que nelas deságuam. Aí, a areia litorânea é enriquecida ou substituída por solos mais férteis, oriundos da decomposição das rochas basálticas e dos morros. Hoje, há pastagens, antigamente, havia principalmente matos (hoje lavouras).

É exatamente nesse última faixa que fiz minhas coletas principalmente em pequenos morros de formação basáltica incrustados na planície.

Até o próximo...

Luz a todos.

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